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Depois de termos vivenciados uma das piores estiagens da historia do Rio Grande do Sul no verão passado, neste ano a região novamente está sofrendo com um período de chuvas irregulares e muito abaixo da média. Com isso, a agricultura e a pecuária, que são as principais atividades da região e também do estado sofrem novamente, repercutindo na economia das famílias e também nos cofres do estado, que arrecada menos com uma produção menor e, assim, tem menos poder de investimento público nos próximos anos. Portanto, é perceptível que um evento climático deste porte, e em dois anos seguidos, traz uma repercussão negativa para a economia gaúcha. Mas, além disso, neste ano estamos registrando um problema bem sério em relação aos níveis de água dos recursos hídricos, tanto naturais, como os rios, córregos e nascentes, como, nos açudes e barragens. Acredita-se que estes níveis tão baixos de água sejam em função das duas estiagens consecutivas de verão, e dos baixos índices de chuva também nos dois últimos invernos. Assim, é bem comum em conversas com agricultores da região ouvirmos a seguinte frase: “Este ano, mesmo com um estiagem menos severa, as águas estão mais escassas do que no ano passado”. Isso repercute na falta de água para dessedentação animal, por exemplo, na pecuária, e até mesmo para aqueles agricultores que se precaveram e investiram em sistemas de irrigação, que quando mal dimensionados, chegam a este período de estiagem sem água para irrigar os seus cultivos. Hoje vemos muitos registros de agricultores com pivô de irrigação sem água em suas barragens, ou com os rios em tão baixo nível, que não suporta a irrigação. Portanto, é preciso tirar lições destes períodos para planejar melhor os próximos anos, investindo em cisternas para coleta da água da chuva quando possível, e planejar melhor o sistema de irrigação, evitando de realizar um grande investimento sem retorno garantido.

Fonte: Por Alexandre Hüller, in: https://www.jornalgazeta.com.br/colunas/alexandrehuller