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O acordo comercial entre a União Europeia - UE e o Mercosul vem sendo costurado a mais de 20 anos, e no final de 2023 estava perto de ser concluído. Porém, travou novamente principalmente devido às exigências ambientais da UE, de protestos de agricultores europeus, especialmente da França e Irlanda, e das eleições da Argentina. Com o acordo, os países produtores do Mercosul, como o Brasil, vislumbravam uma abertura maior nas fronteiras para a exportação de produtos agrícolas, com maior valorização destes commodities. Aparentemente, o maior entrave ao acordo ainda é relacionado às questões ambientais, pois existe um descontentamento dos agricultores europeus em relação às rígidas normas ambientais existentes em seus países. E, ainda, estes alegam que a importação de produtos mais baratos vindos do Mercosul lhes impõem uma concorrência desleal, além de que, no Mercosul, especialmente no Brasil, não se cumpre as exigências ambientais, relacionadas ao controle do desmatamento, queimadas e controle das emissões atmosféricas. Assim, ao que parece os europeus serão irredutíveis em relação à exigência de que os países do Mercosul assumam no acordo a responsabilidade de cumprirem metas de sustentabilidade, controle e fiscalização ambiental, além de outras diretrizes relacionadas ao acordo de Paris e da Organização Internacional do Trabalho - OIT. Em seus discursos, o Parlamento Europeu alega que os países do bloco buscam exigir uma produção agrícola sustentável em todos os parceiros. Para o Brasil, seria uma ótima oportunidade de além de fechar um acordo comercial importante para sua economia e agronegócio, também cumprir suas metas ambientais e atingir aos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) assumidos perante a ONU.

Fonte: Por Alexandre Hüller, in: https://www.jornalgazeta.com.br/colunas/alexandrehuller