A COP 30 NO BRASIL – O QUE RESULTOU?
25/11/2025 - Meio Ambiente, Sustentabilidade e Agronegócio
A COP 30 chegou ao fim em Belém com avanços importantes no campo político, mas sem conquistas proporcionais à urgência climática que o mundo enfrenta. A chamada “Decisão Mutirão” reafirmou o compromisso global com o Acordo de Paris e com a meta de limitar o aquecimento do planeta a 1,5 grau Celsius, porém sem medidas concretas para conter as principais fontes do problema: os combustíveis fósseis e o desmatamento. Pela primeira vez, o tema dos fósseis entrou oficialmente nas negociações, mas a falta de consenso entre grandes emissores, como Estados Unidos, China e países da OPEP - Organização dos Países Exportadores de Petróleo, impediu avanços mais firmes. Apesar disso, o evento consolidou um passo importante no financiamento climático, ao determinar que os países desenvolvidos tripliquem, até 2035, os recursos destinados à adaptação e mitigação em nações em desenvolvimento, o que deve alcançar cerca de 120 bilhões de dólares. Belém sediou uma conferência marcada pela forte mobilização social e pela ampla presença de povos indígenas, comunidades tradicionais e movimentos da juventude, que deram o tom de urgência e justiça climática às discussões. Houve também, pela primeira vez, menções formais a afrodescendentes nas decisões centrais e a aprovação dos primeiros indicadores globais do GGA – o objetivo de adaptação de longo prazo. Ainda assim, a COP brasileira ficou aquém das expectativas. O que se esperava ser a conferência do cumprimento das metas transformou-se em mais uma etapa de reafirmações. Faltou ao encontro a coragem política de enfrentar o fim dos fósseis e de propor um plano global de transição energética. No balanço final, a COP 30 reafirmou compromissos, abriu caminhos no financiamento, mas mostrou que o tempo para agir está se esgotando, e que o mundo ainda não fala a mesma língua quando o tema é clima.
Fonte: Por Alexandre Hüller, in: https://www.jornalgazeta.com.br/colunas/alexandrehuller




