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Na última coluna escrevi sobre o processo de sequestro de carbono proporcionado pelas florestas mantidas em pé, além de outros tipos de manejos sustentáveis. Assim, convêm falar também dos chamados “créditos de carbono”, que ao longo das últimas décadas foram muito comentados pelos governos, mídia e empresas, mas que na prática, não se viu muito destes projetos acontecendo. Na lógica, pela manutenção de uma floresta em pé, que sequestra carbono, ou de outra prática sustentável que minimiza ou combate a emissão dos gases de efeito estufa, o proprietário da área seria ressarcido financeiramente por esta ação. De outro lado, grandes empresas, inclusive estrangeiras, patrocinariam estes projetos, contemplando assim os acordos internacionais como o Protocolo de Quioto e o Acordo de Paris. Por convenção, uma tonelada de dióxido de carbono (CO₂) que deixa de ser emitida ao meio ambiente, corresponde a um crédito de carbono. Ressalta-se que para os créditos de carbono existe um mercado próprio, tanto regulado quanto voluntário, e difere-se daqueles projetos que incentivam os serviços ecossistêmicos das florestas.  Mas o tempo foi passando, e hoje a principal pergunta é em relação à viabilidade prática destes projetos para as florestas em pé. Assim, o que se vê é que realmente a viabilidade é a chave, pois hoje só é viável um grande projeto, sendo que a estimativa é de ter ao menos uma área de 10.000 hectares de floresta nativa preservada. Por isso, não vemos estes projetos acontecendo aqui no sul do país, onde os remanescentes de vegetação nativa são bem menores. Na região da Amazônia estes projetos acontecem pelos programas REDD e REDD+. Por fim, para viabilizar um projeto de créditos de carbono na nossa realidade, possivelmente seja necessária a junção deste dentro de outro programa que some estas pequenas áreas de florestas preservadas.

Fonte: Por Alexandre Hüller, in: https://www.jornalgazeta.com.br/colunas/alexandrehuller